A CANÇÃO DOS HOMENS
Ontem recebi do caríssimo Álvaro de Jesus, amigo das longínquas terras lusitanas, o maravilhoso texto que se segue. No corpo do e-mail este amigo descreve: "Na África profunda ainda existem valores sociais ancestrais, e, onde, através da "canção", os membros de uma comunidade constroem - e reforçam - sua identidade tribal... Em diversos momentos da vida coletiva os homens cantam... É muito bonito... Os nativos não estudaram Sociologia... mas..." É excerto cujo conteúdo denota tão elevada sabedoria que é de se supor, como conclusão natural - e de dentro da devida humildade, aqui, na banda supostamente civilizada e moralmente adiantada do mundo - que tais povos certamente contam com o privilégio de ainda se acharem estreitamente conectados com a pureza da divindade, na sua mesma essência, realizando assim, com facilidade, e à luz do dia, valores facilmente identificados com o que só se pode qualificar como a fina flor da Ética Cósmica. Não se perde de vista quem e o que cada um realmente é. Não há máscara possível, boa ou má, que os confunda nesta identificação. Sabem e vivenciam o sagrado em tudo e em todos; e que se nalgum momento um deles "destoa" deste padrão, tudo que se deve fazer é reconduzir o indivíduo, amorosa e delicadamente, à devida lembrança de sua verdadeira identidade - de quem realmente é: da sua autêntica Canção! Poucos textos durante a minha vida suscitaram tamanha reflexão. É lição suprema de humildade perante a vida e os povos, e a respeito do que devemos entender sobre nós mesmos, sobre nossas visões equivocadas acerca do que é certo e bom, evoluído ou involuído... Oferecemos-lhes, assim, para leitura, deleite e proveitoso insight: “Quando uma mulher, de certa tribo da África, sabe que está grávida, segue para a selva com outras mulheres e juntas rezam e meditam até que aparece a “canção da criança”. Quando nasce a criança, a comunidade se junta e lhe cantam a sua canção. Logo, quando a criança começa sua educação,o povo se junta e lhe cantam sua canção. Quando se torna adulto, a gente se junta novamente e canta. Quando chega o momento do seu casamento a pessoa escuta a sua canção. Finalmente, quando sua alma está para ir-se deste mundo, a família e amigos aproximam-se e, igual como em seu nascimento, cantam a sua canção para acompanhá-lo na "viagem". Nesta tribo da África há outra ocasião na qual os homens cantam a canção. Se em algum momento da vida a pessoa comete um crime ou um ato social aberrante, o levam até o centro do povoado e a gente da comunidade forma um círculo ao seu redor. Então lhe cantam a sua canção". A tribo reconhece que a correção para as condutas anti-sociais não é o castigo; é o amor e a lembrança de sua verdadeira identidade. Quando reconhecemos nossa própria canção já não temos desejos nem necessidade de prejudicar ninguém." Teus amigos conhecem a "tua canção" e a cantam quando a esqueces. Aqueles que te amam não podem ser enganados pelos erros que cometes ou as escuras imagens que mostras aos demais. Eles recordam tua beleza quando te sentes feio; tua totalidade quando estás quebrado; tua inocência quando te sentes culpado e teu propósito quando estás confuso.“ Tolba Phanem Amor a todos, Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 27/04/2008
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