A QUESTÃO DA ÉTICA NA UFOLOGIA
Um leitor me escreve irritado, porque me pediu ano passado que lhe enviasse uma cópia da filmagem que fiz de um UFO em forma de bumerangue e eu não o atendi. Ofereci-lhe algumas explicações que julgo oportunas para expor aqui e agora em formato de artigo, porque as considero úteis na elucidação da ética que deve nortear a atividade de pesquisa ufológica, e no caso, relativamente ao investigador de campo, que é o que sou. Fiz este vídeo ano passado e, excluindo-se familiares e alguns poucos íntimos, não o exibi a ninguém mais. Quando este leitor me escreveu pedindo a cópia, expliquei que se tratava de um vídeo com imagens familiares na sua maior parte, e que não fazia a menor idéia de como se extrair uns poucos minutos de filmagem para torná-los num arquivo clipado e remetê-lo via e-mail. Isto resultou que na época me respondesse com algumas explicações do procedimento, em caso de uma filmagem feita em vhs, o que não era o caso. Mas, ainda assim, embora de início considerasse a possibilidade, não o enviei. E nem me senti obrigada a isso. Pouco depois desta data intensifiquei meu envolvimento com o estudo da ufologia, e me foi dado inteirar da problemática séria existente em torno de fraudes em fotografias e filmagens ao redor de todo mundo. De fato, lamentavelmente a casuística ufológica se vê inundada por uma avalanche de farsas e de mistificações de variadas procedências, determinando, em decorrência, que para muitos o assunto ainda seja motivo de incredulidade e de ironia - tudo por causa de pessoas inescrupulosas que entendem poder brincar com um assunto muito mais sério do que qualquer uma delas pode imaginar. E - saibam! - isto não sou eu que afirmo! Basta que se empreenda qualquer pesquisa mais séria e detida, para deparar a infinidade de detalhes que tornam o tema assunto grave e mesmo preocupante, sob muitos aspectos. De maneira que quem brinca intencionalmente ou não com esta questão, seja pretendendo desacreditá-la, seja por malévola irreverência, não guarda noção exata do deserviço que presta, sobretudo, a si mesmo, quando não aos que se interessam com sinceridade pela ufologia e pretendem estudá-la com base em dados seguros e segundo os informes extraídos de fontes sérias. O que, infelizmente, torna-se coisa difícil - autêntico pandemônio, o orientar-se com certeza no vasto universo virtual existente sobre o tema - apenas porque alguns se acham no direito de fazer fama, ou descrédito gratuito à ufologia, distribuindo por aí, indiscriminadamente, vídeos e fotos falsos, ou explicações mirabolantes acerca de sua fenomenologia. É desta ótica que lhes trago a questão da ética. Se aos incautos e céticos resta o desapreço neste tipo raso de tratamento do assunto, aos que o abordam com a devida seriedade, mais do que ético, torna-se uma obrigação não engrossar o desnorteamento que ainda grassa no mundo ufológico divulgando indiscriminadamente vídeos ou fotografias que ainda não tenham sido submetidos à análise isenta e técnica que lhes endosse a idoneidade. Os dados da casuística ufológica requerem fatos que sirvam de referência segura aos estudiosos e interessados - e que qualquer simpatizante ou ufólogo digno do exercício desta atividade não nutra dúvidas de que tudo o mais é perdoável no terreno movediço da pesquisa de campo: dúvidas, polêmicas, discordâncias ou debates; menos a imprevidência, na hora de se trazer à público material colhido de qualquer procedência, sem que seja antes referendado e devidamente analisado por gente abalizada, ou, no mínimo, confiável. Eis, portanto, uma exposição enxuta da questão da ética nos procedimentos de pesquisa dos assuntos relacionados à ufologia. E, portanto, a razão pela qual, caríssimos, não atendi a este pedido de envio daquela filmagem, como a nenhum outro atenderei, por questão de lisura e de bom senso. Não antes do respaldo oficial que, de resto, me assegurasse a salvo do destempero de mais uma filmagem distribuída levianamente, com o risco de enfrentar acusações de fraudes ou outros por parte de gente de má fé normalmente de plantão com o fim de denegrir realidades com as quais ainda não sabem lidar, ou que por exclusiva questão de limitações próprias, ainda não se acham prontos para compreender. Cordial afeto, Lucilla Ufóloga, Escritora e oradora espírita Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 18/01/2008
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