AOS ESPÍRITAS SISUDOS Amigos, boa tarde. "Somos espíritos vivendo uma experiência material, e não corpos vivendo uma experiência espiritual." Partindo desta premissa, vêm as conclusões óbvias, necessitando para tanto mera rodada de trocas de ideias entre aqueles dispostos à renovação de conceitos necessária ao compasso ininterrupto com que tudo e todos evoluem - e em todas as dimensões da Vida! Assim, espíritos riem! Espíritos contam piadas. Espíritos brincam, e namoram, e se apaixonam, assim como também se enganam e sofrem! Espíritos sentem amor, ciúmes, e saudades. Também despeito, rancor, ressentimentos e toda a gama emocional de frequências baixas do espectro das energias mais sutis. Espíritos interagem, se associam e se apaixonam. Empreendem projetos bem elaborados em comum. Planejam resultados, com pouca ou muita antecedência - para o bem ou para o mal! Espíritos, enfim, vivem como os espíritos que somos - tanto faz aqui quanto em qualquer outra dimensão onde faremos a nossa continuidade eterna! E, como Espíritos que somos, positiva e definitivamente, não nos cabe ser sisudos, em nome de um falso entendimento de se evocar, a pretexto disso, maior respeitabilidade em público ou em contextos variados de intercâmbio! Sérios! Jamais um sorriso! Jamais leveza de alma e bom humor! Jamais renovação e evolução de conceitos já estanques para com o tanto que a vida evoluiu em vários níveis - inclusive no material, em conjunto com o espiritual! Tenho aprendido neste sentido lições encantadoras com aqueles mentores e amigos da invisibilidade que, ao longo dos anos, vem compondo comigo parceria na divulgação destas coisas. Em variadas vezes, eles brincam. Aplicam-me, a despeito de que com a cordialidade dos espíritos mais lúcidos, bem vindos alertas e puxões de orelhas! Contam mesmo piadas! Improvisam ditados humorísticos, ensinam-me a quebrar a seriedade eletrizante da passagem das horas com que o ritmo frenético dos compromissos nos impulsiona, sugerindo-me, literalmente, ver o sol nascer, ou olhar para o céu azul e tranquilo, e para as nuvens brancas se desfazendo nos ares! Ainda outro dia, Iohan, o músico e atual parceiro querido de livros psicografados, me advertiu, carinhoso: - Você anda com a mente tensionada como as cordas de um arco de violino, prestes a arrebentar! Pare! Desligue-se e vá descansar, porque isto também representa saúde de corpo e de alma!... E, como arremate, ainda ousou uma piada - afiançando que se eu prosseguisse no barulho mental, questionando-o com insistência a partir de premissas desanimadoras para com os fatos cotidianos, ele terminaria se recusando a me ensinar música, e que eu teria que procurar outro professor, quando afinal fizer a passagem de volta para a sua companhia, pois já me revelou que o nosso elo espiritual data de vidas passadas durante as quais descobrimos, como professor e aluna, afinidades no território das artes musicais! Volta e meia, portanto, encantam-me esta leveza e as revelações que a acompanham, acerca de que também no mundo espiritual, nosso verdadeiro lar, continuaremos fazendo festas e celebrando, e passeando por paisagens floridas vastas com cachoeiras e mares! Agindo, sim, sempre que estiverem ao nosso alcance as oportunidades para beneficar o próximo, para auxiliar afetos nossos, ou amigos de hoje ou de outrora. As situações, porém, neste sentido, nos surgem, pródigas, como as ondas incessantes do mar investem nas areias das praias, proporcionando a que a cada um de nós se ofereça a chance da nossa cota de benefícios à orquestração da Vida! Mas naturalmente! Sem casmurrice! Todavia, longe se acha esta compreensão da noção equivocada de que, lá como aqui, devamos tratar de todo tipo de assunto debaixo da proibição opressiva de se manifestar humor, simplicidade de modos, simpatia e, quando possível, um sorriso de reconforto diante dos dilemas que aparecem. Errônea, a ideia de que Jesus, a exemplo, fora sempre sisudo! Talvez nalgum ponto da história artística da humanidade, não sei se na fase barroca, tenha surgido a tendência de se ilustrar Jesus sempre grave e com cara de poucos amigos! Positivamente, meus amigos: elevação espiritual pouco ou nada se coaduna com antipatia e casmurrice! Recordemos o sorriso meigo, constante, amoroso com que o nosso Chico Xavier se dirigia a cada qual que o procurava. E ainda mesmo quando fora convidado a entrevistas longas sobre a sua missão de cunho espiritual, raras foram as vezes nas quais, lidando com os temas mais melindrosos, não temperou suas ponderações e mensagens intermediadas do próprio Emmanuel com a marca registrada da sua doçura e altitude espiritual: o bom humor, a simpatia! O sorriso amigo e afável! Seriedade excessiva recorda por vezes a indumentária masculina do terno e da gravata. Formaliza, cai bem em situações profissionais, impressiona os sentidos - mas de modo algum atesta, por si só, qualquer qualificação nobre ou positiva da parte de quem o veste! Portanto, e em quaisquer casos onde sejamos chamados a expor ou interferir com as nossas atitudes, pensamentos ou palavras, façamos por onde recordar que a verdadeira qualidade do espírito reside na essência das intenções por detrás das ações, e não no sentido contrário! Erro crasso, que pede urgente reformulação, é o se julgar do valor do indivíduo, espírita ou não, em quaisquer situações ou níveis, somente em função da sua seriedade fisionômica, pedantismo verbal ou de quaisquer outras aparências externas. Lembremo-nos de que mesmo os grandes, como Mahatma Gandhi, Dalai Lama, Chico Xavier ou Irmã Dulce, ao discorrerem sobre os problemas mais graves da humanidade não deixaram de temperar palavras e gestos, fosse perante autoridades mundiais ou anônimos, fazendo uso da mesma simpatia e simplicidade espiritual com que os sábios de qualquer época nos ensinaram a lição maior, de que toda modificação para melhor, ainda e sempre, só será assimilada com eficiência pelo mundo pela força inatacável, não de máscaras, mas do exemplo! Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 27/03/2013
Alterado em 27/03/2013 Copyright © 2013. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |