CAMPOS DE GIRASSÓIS
Deixa-me apenas a herança dos campos de girassóis!. Guarda-me, ó Deus, a suprema ventura, durante uma tarde terna de brandura... Só uma que seja! - Após a aridez desolada, sem os etéreos cantos dos rouxinóis! - Último abrigo, no vasto manto-mel sorridente!... Dá-me esquecimento, o deleite, o sonho, por entre o perfume, em planície silente, sob o Sol que vence o inverno tristonho!... E larga-me ao léu, planando sem destino!... Sentindo o contato e o veludo da flor que reluz! Deixa-me voar, só, apenas... sem rumo, sem pane, sem tino... Volitando, leve, nestes brandos campos de Luz! Eterna, infinita, contrita morada chorosa... Enlevando a alma ao mais breve contato da rosa a lembrar-me a dor fina do espinho... por entre estas flores macias, que são só carinho!... Dá-me, Senhor, após tudo, os campos de girassóis! E consola-me a alma exausta desta festa falsa e fausta! É o mais lindo sonho, sob os Teus celestes lençóis!... Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 31/10/2012
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