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"Estar no mundo sem ser do mundo"

Textos

 
ESPIRITO

PERCEPÇÃO ESPIRITUAL

Meu professor de violino vem me relembrando coisas que ilustram bem fatos semelhantes, relacionados à percepção da vida esfervilhante que palpita nos universos invisíveis em volta de nós, e mais além. Dentre elas, a realidade de que, até que treinemos a audição, haverá sempre notas, combinações sonoras e tonalidades inexistentes para nós. Seremos, por assim dizer, surdos, para várias nuances da percepção auditiva!

Assim, em acordes, não percebemos uma ou mais notas executadas ao mesmo tempo. Não distinguimos tonalidades, bemois e sustenidos. Literalmente, nos falta aquele sentido a mais que, uma vez mais apurado através de treinamento, nos permitirá apreciar uma sonata de Bach não apenas viajando na música, ou fazendo terapia de relaxamento - mas nos deleitando com todo um universo sonoro que antes nos escapava, por falta de familiaridade perceptiva. E isto não quer dizer - notem! - que este universo sonoro inexistia antes de se percebê-lo. Menos ainda, que os músicos exímios, estudantes mais adiantados, os compositores
e profissionais da música treinados eram loucos, porque se davam conta desta infinidade de nuances musicais, e a maioria das pessoas, talvez - não! Pois trata-se apenas de um sentido mais desenvolvido para a música que alguns, por dom, dedicação, ou uma combinação destes fatores, possuem. O que não quer dizer que muitos outros, se transportando para dentro das devidas condições da vida do músico, também não o desenvolvessem, descobrindo a existência desta gama sonora muito mais diversificada!

Não diferem, estes fatos, em absolutamente nada, do que habitualmente acontece com os muitos que se apercebem de um tipo de manifestação de vida acontecendo em dimensões não mais que diferenciadas, do ponto de vista vibratório, nos vários quanto ainda insuspeitados universos energéticos que nos rodeiam e permeiam, aqui, quanto nos espaços infinitos. Por ser naturalmente dotado de condições apropriadas a um uso mais pleno deste sexto sentido, ou por, de algum modo, desenvolvê-lo, de maneira consciente - como o faz o estudante de música aplicado, que apura maravilhosamente, para a percepção de outros sons, o seu sentido da audição, - o chamado médium, ou sensitivo, nalguns casos quem se acha nestas outras faixas de manifestação da vida, inacessíveis aos sentidos materiais mais grosseiros. Noutras vezes, os ouve. Em muitas outras ocasiões, ainda, se deixa, consciente ou inconscientemente, influenciar por estes habitantes, pela ação da sintonia entre os afins; ou, voluntariamente, interage com os mesmos, em trabalhos de parceria.

Fatos como estes, no decorrer dos séculos, e, no ocidente, com especial relevância a partir da Mensagem de vulto transmitida pelos Espíritos na Codificação Kardequiana, pululam em múltiplos lugares, circunstâncias, e ocasiões. Que se leia obras acessíveis com facilidade a qualquer um movido por sincero interesse de conhecer. Livros como A Vida Além da Vida, de Ronie Lima, descrevendo a fabulosa interação entre as falanges do dr. Frederick Stein, materializado nos trabalhos de auxílio e cura do Lar de Frei Luiz, com os trabalhadores e médiuns da Instituição. Possuí, outra obra deste excelente jornalista, inclusive, como capa, a foto do próprio doutor Frederick Stein materializado! Busque-se tais fontes idôneas com destemor, e fácil será, à inteligência mais mediana, a compreensão de que tais acontecimentos simplesmente existem, à revelia de crenças ou descrenças, como a manifestação mais pura e simples de leis naturais que apenas não foram explicadas pelas limitações ainda rudes de nossa ciência. Fatos que exemplificam a lógica de uma gama vital muito mais vasta acontecendo nas extensões que nos cercam para todos os lados!


Trata-se, portanto, de mera constatação! E não, como querem e insistem alguns, de manifestação de loucura, esquizofrenia, ou quaisquer outras pretensas modalidades de insanidade mental, como o pretendem os dominados pelo orgulho egóico que não lhes permite alcançar que a vida é muito mais do que vemos. E que mesmo o último ditame da ciência hoje dita de ponta ainda longe se acha de dar solução apreciável a estas e tantas outras realidades, que não pedem a nenhum prêmio Nobel para acontecer, e se evidenciam para qualquer um que queira, de boa vontade, compreendê-las, desde que devidamente despojado de preconceitos.

O próprio decurso da história desta mesma ciência já se fartou de derrubar-lhe as expressões da intolerância despótica. As verdades de Galileu simplesmente se impuseram, a revelia da sua quase condenação à fogueira da Inquisição. João Evangelista prosseguiu na plena realização de sua capacidade divinatória, a despeito da prisão, da tortura e do exílio na Ilha de Patmos, desencadeados pelo desprezo cego das autoridades encasteladas no poder romano. Na própria vida do Cristo, sobram exemplos de interação extrasensorial, como no episódio da visão de Elias. Em tempos atuais, Chico Xavier fora, deste contexto, o baluarte mais absoluto, e sobejam episódios, inclusive analisados à luz da ciência internacional, exemplificando sua convivência natural com os desencarnados. No âmbito da ufologia, se alastram testemunhos de quem visualizou objetos voadores que simplesmente se volatizaram nos céus, ocorrências não raro havidas sob a observação de dezenas de testemunhas, como os legendários acontecimentos nos EUA. Enfim, são tantos os exemplos simultâneos ao longo do tempo, cujas descrições partem de pessoas de idoneidade absolutamente inatacável, que torna-se, no mínimo, simplório, nos dias correntes, a persistência num estilo tacanho de mentalidade justificável apenas séculos atrás, sob as trevas opressivas da ausência de esclarecimento do período medieval!

Então, tudo se resume a mera perspectiva. Quem, de fato, ouve música? O musicista exímio que realiza maravilhas imperceptíveis à audição da maioria, ou esta maioria? Quem é o mais desconectado da realidade? O que naturalmente interage com os habitantes de um Mundo Maior - ou o que voluntária ou involuntariamente o ignora, ou não o percebe?
 

 
Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 16/06/2012
Alterado em 16/06/2012
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