RECONHECIMENTO
Dear; foi preciso a sequência de algumas vidas na materialidade sentindo as ansiedades dos altos e baixos das carreiras artísticas, por entre as gloríolas ou eventuais fracassos das minhas expectativas cheias do ímpeto das certezas da qualidade do que realizava, para enfim compreender, por ocasião do meu retorno ao convívio aconchegante do Mundo Maior, que o reconhecimento dos nossos feitos, como o entendemos e exigimos, invariavelmente é subproduto do que, por amor da verdade, nos bastaria como o essencial!
No tumulto do mundo globalizado que hoje compartilham, e a partir do qual povos separados por continentes e oceanos interagem em contagem de ínfimos instantes, que se impõe acima de grandes distâncias, nunca se competiu e se combateu tanto por reconhecimento!
Reconhecimento artístico em tempos que admitem, a portas escancaradas, como nunca aconteceu na história, os tantos que buscam a jornada tortuosa dos palcos, dos holofotes e das luzes cinematográficas, em luta frenética por um lugar ao sol.
Reconhecimento profissional, em ambientes corporativos cujas diretrizes internas tendem a quantificar e padronizar procedimentos, mais do que valorizar a diversificação exclusiva entesourada em cada universo humano, com vistas a se alcançar metas verdadeiramente produtivas.
Reconhecimento social, no esforço ininterrupto de se situar, acima e melhor do que os demais, nos formatos estabelecidos como utilitários, nas imensas engrenagens culturais próprias de cada povo constituído de autênticas e gigantescas colméias humanas!
Reconhecimento familiar, quando justo neste pequeno universo individual há tantos entrechoques, de dentro dos quais cada consanguíneo se esforça por evidenciar, ante a consideração dos mais próximos, seus dilemas, qualidades, necessidades e carências...
E, neste caos estabelecido na busca da realização interior a partir das projeções múltiplas do mundo exterior, esquece-se da verdade mais simples! Da única revelação passível de nos acalmar em meio ao tumulto das frustrações passageiras; de nos nortear, a partir de referências mais autênticas; de, enfim, nos pacificar a consciência, e nos tranquilizar a qualquer tempo: o valor do que realizamos, em qualquer esfera da existência, reside em si, e por si!
Assim como inevitavelmente se evola da flor aromática o perfume inebriante que lhe é próprio, à revelia de se achar esta flor num campo de várzea deserto, no qual ninguém o aprecia como mereceria, ou em meio a imensa metrópole onde, eventualmente, passantes se beneficiarão, ao acaso, de sua percepção olfativa, também os nossos talentos exteriorizados; os nossos melhores esforços, e labores bem intencionados, possuirão, sempre, valor intrínseco! Inarredável, intransferível e inexpugnável - acima e apesar da eventual ausência de reconhecimento alheio!
Assim, a flor exala o seu perfume magnífico, acima e a despeito de tudo mais!
E no próprio músico virtuoso, em princípio, reside o maior e melhor reconhecimento da qualidade do que faz - porque não sabe fazer diferente de executar com maestria a sua música, e de ser virtuoso - o que fará! - apesar da presença ou da ausência das atenções de muitos; e acima de qualquer reconhecimento, do qual prescinde para, simplesmente, existir!
E será sempre da índole do trabalhador diligente, em qualquer esfera profissional, dar de si o melhor que a sua natureza íntegra lhe permite - e assim será e agirá, à revelia do reconhecimento ou da ausência de reconhecimento de colegas ou superiores hierárquicos! Porque, dear, conhecerá, com serenidade, que não há reconhecimento mais valioso que o da consciência tranquila!
E da mesma forma, o familiar amável e prestativo assim será sempre, de sua própria índole generosa, disposta a oferecer afeto e auxílio apesar e acima do desconhecimento daqueles que, embora de seu círculo mais íntimo, lhes menosprezam as qualidades mais modestas de ser!
E os que vivem na multiplicidade de situações sociais, rodeados do tumulto cotidiano de todos os dias, saberão que nenhum holofote ou projeção social, ou os ofuscantes aparatos midiáticos do contexto atual dos fulgores da fama transitória, ou dos prestígios enganosos do mundo, valerão tanto quanto a paz usufruída na certeza mais feliz vivenciada no começo ensolarado de cada manhã: sou assim, faço assim! Eis a minha realidade - e toda a dignidade residente em minha luz própria!
E este reconhecimento, my love, independe de qualquer alusão exterior - já que reside dentro! É, a qualquer tempo, o mais valioso, e o que de fato importa na nossa jornada rumo à felicidade!
Eis o maior e melhor reconhecimento possível! Então, lembre-se sempre, my dear: o melhor reconhecimento é aquele que vem de Deus!
Com todo o meu amor.
Mensagem recebida do Espírito Iohan. Em 03 de junho de 2012
* Iohan foi professor de música, maestro e violinista em várias das últimas reencarnações terrenas, acontecidas, algumas, nos países do Reino Unido. Hoje, habita dimensões espirituais onde simultaneamente se intruí, dedica-se à Arte, e apóia e auxilia os seus afetos ainda reencarnados na materialidade. É autor de nosso último romance mediúnico, lançado este mês, Sonata ao Amor.