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"Estar no mundo sem ser do mundo"

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MEDIUNIDADE OSTENSIVA
Estes dias, em férias, sentei-me gostosamente no meu quarto e fiquei admirando o violino.
 
Alguns mais íntimos com quem dividi o episódio o julgaram, no mínimo, pitoresco. Compreende-se a razão. Foi uma ilustração típica da intensidade dos efeitos de sintonia e de influenciação mediúnica ostensiva, relacionada ao espírito autor da nossa próxima obra psicografada. Portanto, em síntese, tratou-se de uma influência saudável. Todavia, o caso proporciona reflexão sobre os episódios de simbiose mediúnica nociva, se não vigiarmos atentamente as faixas vibratórias que andamos frequentando no dia-a-dia, inadvertidamente, por meio de atitudes e pensamentos.
 
O espírito autor do meu próximo livro foi um músico clássico, professor, dentre outros instrumentos, de violino. E tratou-se, particularmente, de uma manifestação única até o presente momento, porque jamais havia recebido um livro em apenas um mês! Todavia, tamanha foi a facilidade de sintonia e a empatia no ritmo do trabalho, que assim, e pela primeira vez, aconteceu!
 
Revelaram-se óbvias as razões de ordem espiritual. Sabe-se que em trabalhos desta natureza os espíritos autores ou comunicantes, muitas vezes, guardam grande relação de simpatia, de ideais, e tendências em comum com o canal reencarnado. E, durante toda a minha vida, desde a infância, e por herança familiar, apresentei facilidade com a música. Frequentei aulas de violão e, mais tarde, de piano. E nunca consegui, inexplicavelmente, assistir a uma apresentação sinfônica, ou - mais ainda! - de algum gênero clássico ao vivo sem me emocionar até à inconveniência! Lembro-me bem do episódio mais recente, em Campos do Jordão. Uma menina de apenas uns doze anos, solista e soprano, cantava magnificamente para o público em apresentação de Páscoa, numa praça, e paramos para assistí-la. E só fiz chorar incontidamente, do começo ao fim da apresentação!
 
No que se refere ao violino, o fascínio sempre existiu nas minhas preferências musicais. Mas não imaginei que um dia acabaria, por impulso, comprando um, como o fiz há poucos dias, sob a mais estranha das motivações: adquirindo-o, parecia que o instrumento era quase uma entidade viva em minhas mãos, na qual o simples contato proporciona-me grande emoção e inexplicável prazer! Assim, estou namorando o violino até agora; olho-o. Assisto aulas online; vou conversando com ele, que, a princípio, instrumento nobre e caprichoso que é, não queria me dar resposta digna, pois não havia meio de conseguir conduzir o arco de modo a obter algum som. Agora, já se digna a me presentear com alguns acordes. Não faço a mínima idéia do que vou fazer com ele nos próximos tempos! Mas o tenho, e este foi o primeiro passo - convicta de que a forte influência do espírito Iohan, o autor do meu livro, foi fundamental para arrastar-me a este impulso incontido!
 
Como dito, porém, foi um impulso saudável, na direção do aprendizado da música, e mais uma prova indiscutível de como atuam as influências das dimensões invisíveis, muito acima do que pensamos, no cotidiano de nossas vidas.
 
O médium atuante se conscientiza deste processo de um modo mais avisado. Apercebe-se do desenvolvimento do fenômeno, e fecha a sua guarda constantemente, sob a inspiração dos seus mentores e, acima de tudo, com vigilância rígida sobre si próprio, a fim de se manter em processo de sintonia fina constante apenas com aqueles com quem faz boa parceria para oferecer aos reencarnados a mensagem do mundo espiritual sobre as realidades maiores da existência, para além das portas materias. Também para melhorar-se intimamente, depurar energias sutis, e resgatar os mal feitos das vidas distanciadas nas névoas do passado.
 
É necessário que se aborde sempre esta questão, em atenção aos que, sem muita consciência da verdade de que todos possuímos graus e características diferenciadas de mediunidade, de forma espantosa vão seguindo os seus dias rodeados das influências maciças da invisibilidade, sem selecionar o acesso livre das mesmas ao decurso das suas vivências cotidianas.
 
Assim, do mesmo modo como fui conscientemente influenciada para a atração ao instrumento musical muito provavelmente já meu velho conhecido de algum passado sepultado nos tempos, outros milhares devem se deixar arrastar por sugestões mais infelizes, sussurradas à sorrelfa por aqueles das dimensões astrais circundantes que se compatibilizam com os nossos piores e mais infelizes impulsos: raivas, exasperações, descontrole, mágoas, ressentimentos, agressões...
 
Quantos em volta, acompanhando o nosso dia-a-dia, não estarão, agora mesmo, concordando, tomando partido, ou discordando de atitudes e reações nossas para com o nosso próximo, ou em relação aos episódios mais banais? Assoprando-nos, de maneira inoportuna, conselhos desastrados, emoções nocivas, palpites comprometedores do nosso bem estar, se não atentarmos a tempo para o que de fato nos convém à manutenção da nossa felicidade e qualidade de vida?
 
Convivemos com o invisível. Estudemos e vigiemos, porém, a quem andamos abrindo as nossas portas.
 
 
 

 
Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 09/01/2012
Alterado em 09/01/2012
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