FERNANDO H. DE LUCENA
(Ensaio Poético) Seria desonra o amor?... Era um dia bem frio no reino, e somente amanhece nesta cidadela; um Cavaleiro esteve em treino, e vem, vitorioso: atravessa a cancela... Seria desonra o amor?... Para trás, sonhador, deixa a dama silente, e mal sabe ele, que no seu encalço o persegue a vingança num olhar candente, só aguardando a chance fatal do percalço... Seria desonra o amor?... Na deserta praça, ainda sombria, atende o Cavaleiro a afrontoso chamado, e desfere seu ódio, em completa sangria! Cumprindo o destino ao rival malfadado!... Seria desonra o amor?... E selou-se, destarte, a desforra na Justa, não se sabe - enfim - de qual bom contendor, detentor dessa dama, e senhora augusta, à espera daquele que ama com ardor! Seria desonra o destino - quando foi, assim, disputado ao acaso, entre dois que, então, se enfrentaram em fúria: em nome de algo que, de si, é ocaso! Em nome do amor, tomado por injúria? Desonra - de um tal sonho, o ardor?! Este, o drama de Fernando H. de Lucena; - Cavaleiro da Espanha, então, sarracena - que, ainda hoje, amarga o dissabor na luta por manter, junto a si, o amor!... Este, o Poema, que te dedica esta que, de há muito, te conheceu, e que te conhece ainda mais, hoje, do que tu mesmo, sobre o que é teu... (Sem data) DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS. PROIBIDA A REPRODUÇÃO, CÓPIA OU PUBLICAÇÃO SEM A AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DA AUTORA. Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 12/11/2006
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