Zênith

"Estar no mundo sem ser do mundo"

Textos


MORAL E BONS COSTUMES

Em qual site mesmo que li a coisa absurda, hoje pela manhã?! Deixe-me ver... são tantos espalhados pela internet... E como escritora sou plugada com noticiários de maior ou menor visibilidade, porque esta é a matéria de que se nutrem muitos raciocínios e textos.

A pauta do dia. A substância da vida. É disso que se nutrem os escritores...

Bem, o comentarista, a meu ver utópico, - acho que do yahoo - discorria, diga-se de passagem, sobre um assunto do qual voluntariamente me vejo distanciada, com gosto, já de há tempos! Big Brother! Aquela excrescência televisiva que faz apologia de tudo o que existe de mau gosto, de atitudes deprimentes, de inversão total e absoluta dos valores saudáveis à nossa sociedade... enfim: a escória da programação de mídia da hora que passa, em cujo patamar não se demove da liderança - a do mau gosto! - de maneira nenhuma!

Alguém - e nem me interessa muito saber quem é, dentre as lastimáveis celebridades instantâneas que desfilam a cada episódio do dito programa - foi eliminado a custo de votos do povo que, inexplicavelmente, e embora em número decrescente, insiste em dar audiência ao espetáculo deprimente que lhes invade os lares diariamente, via tela de televisor.
 
Uma mulher. Desconfio que seja a tal da calcinha; a que nalgum momento tirou a calcinha, de que andei ouvindo comentários nos últimos tempos. E, em vista disso, o indignado comentarista achou de dar voz à sua inconformação pela saída intempestiva da digna senhorita, atacando agressivamente o que classifica, nos telespectadores, como ignorantes e arcaicos moral e bons costumes!

A mesma moral e bons costumes, que, vá lá, e embora pecando nalguns instantes, e como tudo em processo contínuo nesta vida, por certos ranços inadequados à evolução das mentes - como no caso dos preconceitos contra as diferenças, exercidos aqui e ali de modo desumano contra o seu semelhante - se fazem mais do que necessários na bancarrota de uma civilização que, de tanto pretenso "modernismo" e "liberalidade", já vai mal das pernas. Praticamente agonizante!

A moral e os bons costumes dos quais nos ressentimos, temerosos, presenciando tanto desgoverno em atitudes e pensamentos, ao refletirmos sobre o futuro de nossos filhos!

De fato, e a menos que soframos da mais completa obturação de sensibilidade e raciocínios, receamos que nossos filhos, nalgum momento, se deixem contagiar por tais questionáveis escolhas, que querem por força nos fazer engolir a conta de renovação de conceitos.

Drogas. Sexo pervertido, em detrimento da elevação das emoções e dos sentimentos. Violência. Materialismo cego e brutal. Distanciamento de uma religiosidade saudável que nos recorde a todo instante da grandiosidade de um Universo que não pode ser fruto de um acaso caótico, mas da Sabedoria responsável pelo equilíbrio supremo que rege toda a portentosa evolução rodopiante dos astros. O desrespeito generalizado, enfim, em favor de uma política existencial predadora que leva os seres a se destroçarem entre si na suposição tirânica de que tudo podem contra tudo e todos, a fim de se levar a melhor...

É esta, então - deveria-se indagar do dito comentarista - a mostra de "ignorância"? A moral e os bons costumes pretensamente falidos, que sempre e oportunamente vem depor e resistir contra todo este estado de pandemônio?

Terá, o tal comentarista (qual o nome mesmo? Nem sei...) filhos? Preocupação por entes queridos, nalgum momento que seja, nem que em relação a pais, tios, sobrinhos ou mesmo amigos?!
 
Porque não se faz coisa sensata admitir que um ser humano dotado de capacidade emocional e afetiva íntegra, para não falar do dom pleno do uso do raciocínio, queira para um ente estimado quaisquer destinos reservados aos praticantes de quaisquer das modalidades de desarvoramento citados acima - tendo que enfrentar como consequência inevitável o cortejo sombrio dos reveses que lhes sucedem!

Alguém disse uma vez, casualmente, uma grande verdade, que guardei para mim, por reconhecer na prática simples do dia-a-dia a sua autenticidade: o que se faz ao próximo, se faz à Vida. E a Vida se encarrega de dar o troco!

Escolha, pois, pura e simples! Bom uso e exercício da inteligência!

Posso estar incorrendo em clichês ao afirmá-lo - mas quem disse que muitos clichês estão destituídos da mais elevada sabedoria, algo de que o nosso mundo convulsionado, cheio de pessoas perdidas num emaranhado de desacertos, precisa desesperadamente?

Se plantarmos espinhos, não poderemos esperar colher flores...

Aliás, quem proferiu alhures algo semelhante e válido para todos os tempos? Ah, sim... Jesus Cristo!

Conhecemos a qualidade da árvore pelos frutos...

Mas para muitos, como o aludido comentarista e outros mais, seus correligionários, tudo isto é bobagem, não? Filosofia barata... "Ignorância"... Jesus e suas eternas máximas são algo "inútil, ultrapassado" - diriam!

Até a hora em que a Lei de Causa e Efeito - precisa, equânime, e não mais do que correspondente, a cada suspiro que emitimos ao redor de nós mesmos, para com cada iniciativa nossa - lhes plante a foice, inexoravelmentes, sobre as cabeças!



Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 09/03/2011
Alterado em 09/03/2011
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