QUESTÕES DE NOSSO LAR...
Entrar em contato com as realidades exibidas de modo tão encantador em Nosso Lar, filme, proporcionou durante estes últimos dias dentre os muitos que já assistiram, além de polêmicas acirradas quanto construtivas, e um mar infindável de dúvidas nos não familiarizados com o conteúdo melhor esmiuçado do livro, também vários instantes de grato humor. É porque as cenas surpreendentes em seu contexto têm a capacidade de colocar nossas vidas sob perspectiva aumentada. Assim, cada detalhe do cotidiano desfila agora, à percepção dos mais atentos, inevitavelmente sob o comparativo das revelações inusitadas da bela história de André Luiz. Foi o caso da sopa com água servida na casa da personagem Laura, interpretada com grande graça e carisma pela atriz Ana Rosa. André Luiz chega em visita à residência da simpática mãe de Lísias, seu tutor na cidade etérea sobre o Rio de Janeiro. Comenta que há muito não sabe mais o que é um bom almoço, ante o convite generoso do rapaz para compartilhar a refeição de sua família. Mas, ao sentar à mesa reunindo-se aos agradáveis anfitriões, Laura anuncia com grande regozijo que o cardápio daquele dia é uma deliciosa... sopa! Acompanhada da benção da... água!... Bastou apenas este pitoresco detalhe apresentado assim, na versão cinematográfica de Wagner de Assis para o conteúdo auto-explicativo do primeiro livro da série de autoria do querido médico desencarnado, para suscitar os mais acalorados comentários, durante o horário de trabalho profissional compartilhado com meus colegas da Justiça! - "Sopa!" - repetiam alguns, animadamente, todos sem poder esconder a perplexidade de quem se questiona honestamente sobre como sobreviveria àquilo, depois de todo um período de vida corpórea adestrada na viciação gastronômica do organismo com as lautas refeições de base animal. - " E água!?"... E sempre que aparece ocasião depois de assistido o filme, a mim mesma ocorre, por vezes, a idéia de brincar com meus próprios hábitos. - "Aquela sopinha com água de Nosso Lar não vai dar certo!... - comentava, com bom humor, durante o almoço, ou saboreando uma sobremesa ou pedaço de bolo de aniversário. Ao que a colega devolve, espirituosamente: - "Vai todo mundo parar naquela lama (referindo-se ao umbral) por suicídio inconsciente!" - "Sim... - eu sorri de volta - Vocês sabiam que não deviam abusar do colesterol! Quem mandou ceder à gula?! Eis o que vamos ouvir!"... Brincadeiras à parte, amigos, esta particularidade, que causa certa espécie à platéia, como outras mais, inéditas ao modus vivendi material terreno, encontra explicação detalhada nas páginas da obra esclarecedora psicografada pelo nosso saudoso Chico, onde entendemos que uma tal deliciosa sopa transcende, nos já adaptados à colônia, em todas as possíveis necessidades, o mais lauto banquete da face material terrena! De fato, há um capitulo inteiro dedicado a elucidar o modo como a cidade houve que administrar o quesito delicado dos hábitos de alimentação dos recém chegados das vidas materiais; as providências adotadas ao longo do tempo a fim de resolver a contento o impasse das exigências neste sentido cobradas com persistência, e durante largo período, até mesmo pelos habitantes e trabalhadores mais antigos da colônia, até que afinal o Governador Anacleto conseguisse fazer prevalecer os métodos mais rigorosos de adaptação a hábitos de nutrição compatíveis com o perfil espiritual sutilizado do lugar - restringindo um padrão alimentar de transição a determinados departamentos de Nosso Lar onde se concentravam os trabalhos de recepção dos recém vindos da matéria, e destinando a todos os demais setores o modo de ingestão fluídico-energético compatível com o espectro evolutivo mais elevado dos que já se viam sintonizados com os parâmetros de vida superior. É que em duas horas de exibição nos cinemas, somente, não há de fato como comunicar em suas infinitas particularidades todos os porquês e senões de uma existência muito mais vasta do que a que ficamos condicionados durante o estágio corpóreo. Por que só sopa? Por que padrões arquitetônicos e noticiário de tecnologia avançada semelhantes aos que só agora, na última década, quase sessenta anos depois de publicada a notável obra mediúnica, enfim usufruimos na sua banalização cotidiana?! Como assim ministérios e departamentos, indiciando administração rigorosa e ordem burocrática de padrões inegavelmente mais apurados do que os que ainda vigem nos cenários materiais?!... São muitas as perguntas. E naturalíssimas, nas reações daqueles que o noticiário de André Luiz colhe mais despreparados na suposição anterior e desavisada de que se a Vida de fato continua, não há porque se dar fundamentada em inércia ou nalgo inferior em característicos ao tanto de avanço que já se conquistou, mesmo enquanto ainda aqui, em meio às limitações rudes das dimensões mais grosseiras! Recorramos, pois, à obra escrita, e fácil se desfarão todos estes questionamentos; porque então compreenderemos, com André, Lísias, Laura e Narcisa, dentre outros amigos valiosos, que se na própria edificação do Universo com todos os seus milhares de pontos luminosos imperam desde sempre os movimentos mantenedores da Criação profusa dentro da eternidade, ainda a nós outros o que nos aguardará é a atividade constante, como colaboradores conscientes da criação de realidades individuais cada vez mais aperfeiçoadas - para nosso mesmo regozijo e deleite! Um dia a todos será dado constatar, ainda uma vez, que a nossa existência mais consistente e definitiva reside exatamente nestes lugares - em Nosso Lar, como em tantas outras incontáveis moradias dimensionais - onde aprenderemos que estâncias temporárias como as romagens físicas nada mais são do que laboratórios preciosos, onde aprendemos de maneira mais efetiva a materializar sonhos de forma mais harmoniosa e sábia, mais amorosa e depurada, a fim de habitarmos em caráter definitivo as paragens de criação mais avançadas do Infinito! Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 22/09/2010
Alterado em 22/09/2010 Copyright © 2010. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |