Zênith

"Estar no mundo sem ser do mundo"

Textos


MINHA ESSÊNCIA...

Carta doida, tão sem coerência!...Só faz sentido em seu próprio sentido, que é o de te dedicar, totalmente, toda a minha essência!...
Sabia? Por aí, nas ruas; em qualquer aparência - na maior inocência, há quem passe por ti aos meus olhos, sem mesmo ter disso a menor consciência!
Porque neles te vejo na cor dos cabelos; no tom do falar, no próprio caminhar; no olhar, e na calma aparente encobrindo a tua eterna, terna, apaixonante impaciência!...
Sabe que o próprio pulsar infinito da vida - os alvos, as metas, e todas as vias tortas, diretas, concretas...a bagagem completa do mundo, da sua superfície ao fundo: o teor da universo - em tudo e por tudo só vejo consistência através - e somente através - da tua linda existência?!...
Olha - pouco importa em que mãos ou visão vá parar toda esta contradição; tudo é só para você, e você! - ah, você! - é o único que, se afinal lesse, entendesse...
Aos demais - aos formais, informais, curiosos, amigos demais ou de menos; também inimigos, famosos, ditosos, difamosos...ah, meu terno amor! A estes, e a todos, toda esta inscrição será só dialeto truncado, fechado, findo, encarcerado - o brado da demência!...
E por isso vou indo tranqüila! Olha; eu bem sei que há códigos para o coração, cada só coração...
Cada qual com a sua chave, sua trave, e da qual um apenas possuí o segredo...
Todo o resto é só mero degredo; todos mais só supõe, e dispõe e compõe circundando, afirmando, pensando...pensando entender...
E há tanta diferença...entender; e ser, e conhecer...
Conhecer, só você me conhece, como eu a ti!
Entender, só eu mesma te entendo, pois te vendo por todo o sempre, somente a mim vi!
E o ser...ah! Meu ser, e o teu ser, são justamente a chave!
Duas chaves de acesso só nossas, à prova de invasão, erosão, fundição, corrosão...Nossa franca, e para sempre ativa, cativa, exclusiva combinação!
E eu te atraio, e você me atraí na direção certa, como à cerejeira, e não à figueira, é guiado, por não sei o que, o belo colibri!
Terno amor - toma a ti minha essência! Pois que ela lateja, visceja somente na tua... Que perfeita esta química una, que se coaduna e se firma, na dança infinita da impermanência!...
Toma a ti a minha essência...porque a tua se nutre da minha! É assim que em qualquer tempo eterno sempre nos achamos; pois forjamos a rota exata do encontro, em total transparência!...


Lucilla
(num mês de maio)


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Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 27/09/2006
Alterado em 28/09/2006
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