Zênith

"Estar no mundo sem ser do mundo"

Textos


Como uma névoa pairando no começo de tudo, assim também é qualquer início de criação de uma obra - seja esta uma obra de arte, uma escultura, uma pintura, uma produção cinematográfica, uma obra literária. Incluo-me neste último caso. E presentemente me encontro neste estágio intermediário de gestação de um novo livro, enquanto outro já se acha mais ou menos na iminência de entrar no prelo. No universo literário da criação isto significa um espaço que oscila entre alguns meses a um ano.

O tema que fica bailando neste vazio de onde tudo brota disputa espaço com um outro, o da ufologia espírita: é o tema UM. E nunca serão demais obras e criações de quaisquer feitios que expressem esta sublime realidade, que afinal é a nossa. Mas o grande dilema é: por onde começar? A ufologia já conta com um cabedal de vivências bastante consistente, envolvendo avistamentos, leitura, debates fecundos com amigos da mesma área de pesquisa, enfim. Esta outra e sublime alternativa, todavia, soa mais diáfana que a ufologia, à primeira vista. Mas somente à primeira vista! Por que?

A Unidade é a nossa mais palpável realidade - mas, paradoxalmente, aparenta exatamente o contrário. Por uma única razão: porque se expressa de infinitas formas. E, neste mundo, é bastante provável que muitas milhares destas expressões no universo humano ainda andem por aí sem experimentar, disso, a mais leve consciência.

A separatividade, infelizmente, ainda domina amplamente no contexto de vida humana na Terra. E é isto, portanto, que cria uma espessa cortina de fumaça, provocando uma distorção perceptiva que não nos deixa vivenciar plenamente o que é o destino e a verdade definitiva e gloriosa de todos nós!

Preciso que se diga que mesmo nós, que o afirmamos, ainda não assumimos completa e satisfatoriamente esta nossa realidade última. Os panes de consciência ainda são muitos. Se não, observemos que tudo corre muito bem até que deparemos qualquer situação onde nos julguemos com toda razão, e, a despeito disso, injustiçados nos nossos princípios tidos como impolutos. Quem ainda não se deixa arrastar pelas sutilezas destes embates do ego? Respondamos a nós mesmos com sinceridade esta questão enraizada numa necessidade premente de autocrítica, no quesito do bem viver!

O mundo nos depara com situações limítrofes, às quais presenciamos ou vivenciamos no mais das vezes de dentro de uma suposta condição de impotência: crimes bárbaros; agressão exacerbada nos estados de espírito; predisposições quase gratuitas às contendas pelos motivos mais fúteis, quando analisados sob uma ótica relativista e crítica. Mas, como dito, apenas supostamente estamos impotentes.

Que queremos significar com isso? Que tudo depende da nossa reação! Que, embora não em todas as situações, mas num bom número delas, o ponto é apenas a capacidade de modificarmos a nossa própria sintonia, para magnetizarmos contextos mais leves, menos estressantes, e para que compreendamos com clareza que a vida não se restringe ao festival constante e deprimente de violência e de acontecimentos deploráveis que a mídia massacra diariamente nos noticiários televisivos.

De fato, existem os contrastes. Tudo causa e o efeito! Tudo o que acontece obedece a esta Lei Universal, soberana! Mas também para as maiores maravilhas e luzes que ainda não concebemos! Pois, como bem disse uma artista da linda *Organização Pintores com a Boca e os Pés, "pintamos a vida com as cores que queremos!" Nada mais verídico! E, se alguém que enfrenta na vida este gênero de dificuldades, que para têmperas diversas representaria uma derrota difícil de superar, pensa assim, por que não nós? Por que não todos nós?! É questão apenas de se constatar - e de se desligar o botão errado de sintonia negativa!

Todos nós - os que têm disso plena consciência, os que tem menos ou parcial consciência e os que desta realidade final sobre si mesmos nem suspeitam; os que frequentam este site como leitores, fundadores e colaboradores, e tantos outros de teor semelhante ou não; os de outros países e outras línguas; os vitimados e envolvidos por guerras sangrentas, onde aparentemente só impera o ódio e a sede insana pelo poder; os líderes e liderados de todos os quadrantes do mundo; os inocentes úteis, os escravizados nos anonimatos das múltiplas realidades desconhecidas das massas humanas; as vítimas da miséria extrema em incontáveis países; as presas das garras da marginalidade por escolha ou ausência momentânea de alternativas; os iluminados, os felizes, os ricos e os pobres... todos, sem exceção, representam a exuberância infinita da manifestação do UM, em todo o Universo!

O UM que, no eterno Agora, se expressa em processo de criação infinita em supernovas e em consciências planetárias; em incontáveis dimensões e níveis de compreensão do funcionamento deste mesmo Universo, neste e em outros mundos, insuspeitados, multi milenares - em humanos, animais, plantas, minerais; nas partículas invisíveis quanto em orbes energéticos cuja magnitude abarca e consome a extensão mesma de todo o nosso minúsculo Sistema Solar.

Eis o caminho e ao mesmo tempo o objetivo, por debaixo de todas as aparências feéricas, ofuscantes, transitórias de bem ou de mal - coligadas e sustentadas pela energia indelével do Amor: a própria trajetória, em eterno processo criativo, inédito, rumo a esferas de consciência cada vez mais amplas desta Unidade - da Verdade de que nós, e tudo, somos as várias faces do UM, único e incomensurável!

O alfa e o ômega. O princípio e o fim. O próprio caminho sem fim!

"Em verdade vos digo, que eu e meu Pai somos UM e O MESMO!"

 Jesus

* Os Pintores com a Boca e os Pés são uma associação de pessoas de necessidades especiais que vivem pela Arte na sua mais bela expressão. Não são uma Instituição de Caridade.









 




Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 05/04/2009
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