IRONIA
Um dia o vento zombou de mim
dizendo que passei a vida só nesta correria sem fim, e que de mim tinha dó. E eu me irritei, e ele disse, justificando o seu parecer, que estava também condenado a correr, mas não por um fim que ele mesmo exigisse. E disso que ria, desta ironia, de mim e do mundo que não tem o tino de que o fim da pista é vã fantasia e que a corrida é nosso destino. Depois despediu-se, saiu porta afora. Deixou-a aberta... Eu fui até o portão, procurando o vento. E só vi naquela hora uma flor brotando na relva, em meio à escuridão... Lucilla em 11/03/1986 DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS. PROIBIDA A REPRODUÇÃO, CÓPIA OU PUBLICAÇÃO SEM A AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DA AUTORA.
Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 30/01/2006
Alterado em 26/09/2006 Copyright © 2006. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |