Zênith

"Estar no mundo sem ser do mundo"

Textos


JESUS

Se estudamos Suetônio e outros autores do período clássico, ao lermos sobre a vida de Nero, por exemplo, nos deparamos com a maior facilidade com passagens que mencionam as legendárias perseguições sofridas pelos cristãos. É baseada nisto e noutras referências que julgo, no mínimo, surreal a alegação de Jesus não ter existido, aventada por alguns que, de seu lado, não oferecem provas concludentes desta assertiva. 

Há uns anos atrás, a propósito de algum artigo meu publicado, me escreveu alguém relatando algo que, a princípio, me soou absurdo. Hoje, contudo, encaro tal relato apenas como fator instigante e merecedor de pesquisa de quem se disponha a averiguar e obter pessoalmente, a partir desta averiguação, conclusões pessoais sobre o assunto. 

O leitor contava que há anos vinha alertando um monte de gente sobre o que, se de fato detivesse apenas mínima porcentagem de veracidade, poria toda uma civilização abaixo. Justamente a civilização estruturada sobre os preceitos do cristianismo. Falava de um senhor suíço, um tal de Billy Meier. Forneceu-me o site oficial sobre ele - um em língua inglesa. É um homem controvertido nos meios ufológicos em virtude de suas fotos impressionantes de ufos, e de suas revelações acerca de seus supostos contatos com os pleiadianos.

Mais polêmica ainda, entretanto, é a alegação de que o tal Meier é a reencarnação justo daquele que esteve entre nós, há dois mil anos, sob a personalidade de Jesus Cristo; e de que o tal Meier afirma que nunca - mas nunca! - fundou qualquer religião que fosse, nem possuiu qualquer ligação voluntária com o conteúdo dos quatro evangelhos oficiais; e são arrematadas as bombásticas revelações deste leitor, que se faz um porta-voz do tal Meier no Brasil, com o envio de um controvertido texto intitulado O Talmud de JImmanuel, que traria o conteúdo genuíno do que por Jesus de fato teria sido empreendido naqueles tempos, pondo por terra tudo o que até hoje foi estabelecido pela religião cristã institucionalizada pelo Vaticano. 

O texto do tal Talmud espinafra, literalmente, praticamente todas as correntes religiosas surgidas no decorrer da história e dos séculos pós-Cristo. Ressalta que muito pouco sobra de verdade no terreno mesmo da ufologia, já que o próprio Billy Meier menciona que raríssimos são os documentos verídicos sobre o assunto; mais raríssimas ainda as pessoas que, de fato, possuem o tipo de sensibilidade adequada para obter contato com civilizações extra-terrestres - incluindo-se, aí, todo o repertório acerca de mediunidade e canalização, atrelado ao envolvimento com a própria Espiritualidade, como o conhecemos hoje. 

Cheguei a escrever-lhe um respeitoso e-mail, argumentando que, de dentro da minha franca ignorância no que a este senhor diz respeito, contudo, vinham-me dúvidas honestas sobre se a procedência de todo aquele ataque contundente às expressões da religiosidade desenvolvidas no decorrer dos séculos poderia, de fato, ter partido de um homem que fora Jesus Cristo; e que hoje, reencarnado, mantém contato direto com pleiadianos - do que se deduziria, daí, um porte espiritual no mínimo superior que, todavia, não parece refletir, contraditoriamente, um mínimo de entendimento e de tolerância para com os degraus evolutivos das massas reencarnadas no orbe, avançando espiritualmente segundo o seu momento e gradual percepção das coisas divinas.
 
De toda aquela algaravia, contudo, meus leitores, impressionou-me fundamente, porém, o Código Ético transmitido pelo texto do tal Billy (sobre quem há livros de variadas autorias - estranhamente, nenhum publicado no Brasil). Porque, debaixo de uma fria análise, e sob o mais reto alcance de consciência, é de uma sublimidade a toda prova! 

Começa referindo-se a Deus como, mais acertadamente, A Criação. E prossegue com estas máximas, entre outras:
 
"Não há olho igual a Sabedoria, não há escuridão igual a ignorância , não há poder igual ao poder do espírito, e não há terror igual a pobreza de consciência ." do Talmud de Jmmanuel Capítulo 26, Verso 27
 
"Em verdade, eu vos digo: Alcançareis justiça somente quando a tiverdes encontrado vós mesmos e terdes feito vosso semelhante humano tê-la compreendido”. do Talmud de Jmmanuel Capítulo 5, Verso 26 "Jesus sobreviveu à crucificação e não passou pela ressurreição".
 
"A ressurreição é um conceito falso, mas a reencarnação é um conceito verdadeiro." 

"Jmmanuel (nome correto de Jesus, meu grifo) não veio absolutamente salvar a Humanidade de seus "pecados". 

"Ao invés de ensinar o perdão dos pecados por um Deus, Jmmanuel enfatizou que aprendemos através de nossos erros."
 
"Ele não era absolutamente o Filho de Deus, ou divino, e seu nome não era e nunca foi Jesus. Mas não está claro o porque do "Talmud de Jmmanuel", em sua forma original de pergaminhos em aramaico, ter sido tratado como herético para o Judaísmo pelos altos oficiais."
 
Entrei no link mencionado pelo leitor que me contatava com estes comentários surpreendentes (atualmente desativado, pelo que não o forneço como fonte de pesquisas, mas há sites a respeito de Billy Meier suficientemente bem elaborados); li, baixei o pdf do tal Talmud - e, francamente, fiquei entre profundamente intrigada com todas as implicações grandemente conflituosas em tais escritos, e revoltada, em outro tanto, por tão avultado grau de intolerância contido num texto pretensamente votado a elucidar os seres quanto à luz espiritual presente, antes de tudo, em si mesmos. Visitei o site em inglês de Billy Meier, e olhei bem aquela fisionomia... 

Confesso: de tudo o que tanto me chocou, e a respeito do que pude refletir após este tempo, me ficou o cerne do Código de Ética Cósmica contido no tal Talmud...indubitavelmente divino, e digno mesmo de uma consciência de elevadíssima estatura evolutiva...
 
Sobretudo, no entanto, e de dentro da simploriedade de espírito que ainda me caracteriza a alma, resta-me, nestas épocas do ano, nas quais muito se fala em ovos de chocolate ou em Papai Noel, a convicção de um JImmanuel, ou Jesus - quem tenha sido! - sentado, nalgum tempo, sobre as pedras às margens floridas dos córregos tranqüilos, falando-nos sobre a santidade da Vida presente em toda parte, e da adoração absoluta a ela devida, em todo o Universo.
 
Falando-nos do Amor como a fonte de redenção absoluta em qualquer quadrante do Cosmos, e da profunda reverência, em decorrência disso, que devemos desenvolver para com o próximo, para com Deus, ou Criação, e para com os nossos próprios seres. 

Ficou-me, estranhamente, a convicção de um Jesus real e mais verídico, e de excelsitude inegável, sim...mas amante, sobretudo, da Verdade última e maior da Vida, presente no cerne de cada coisa e cada ser, em sua eternidade...Porque desde muito antes de há dois mil anos, já entendia e realizava em si mesmo o que até o presente momento, na turbulência angustiosa dos nossos dias, ainda lutamos por conquistar. 

Com amor,
Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 18/05/2008
Alterado em 20/05/2008
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