Zênith

"Estar no mundo sem ser do mundo"

Textos


⚜️ A FORÇA ⚜️

 

Quando a fissura da pré adolescência é de boa essência, pais e adultos jamais deveriam ser reativos e chatos... sob o risco de largar palavras ao vento que menos educam do que aborrecem, perdendo-se no vazio com o passar das décadas sem utilidade.

 

A série Star Wars não é um cult a toa. Essencialmente mística, introduziu na década de setenta as bases de um ensinamento expansivo de consciência que resultou em sementeira pródiga de adultos imbuídos nas causas nobres da existência - ao menos aqueles que, naquele tempo, foram sensíveis à mensagem, e sintonizados instantaneamente com a magia de Mestres Jedi, naves rebeldes e povos galácticos tão variados quanto o permitiu a inspiração colossal do universo criado por George Lucas.

 

Com treze anos, introduzida por meu pai naqueles mistérios galáticos estonteantes, inéditos no cinema até então, em conjunto com outras amizades aficcionadas, pirei! E, de saída tomada de paixão escaldante pelo mocinho da trama, interpretado por Mark Hamill, e embalada pela primorosa trilha sonora composta por John William para cada trilogia da saga, fui, portanto, construindo os anos da adolescência identificada, mais do que tudo e conforme o tempo passava, com o que significavam o Luke Skywalker de Mark Hamill, a destemida e inusual princesa Leia, bem como todos aqueles mestres Jedi...

 

Acabei, com a passagem dos anos, compreendendo, bem mais tarde, que em verdade a identificação fulminante, mais com um do que com outros daqueles personagens, tratava-se de coisa séria - era o eletromagnetismo arquetípico enviando mensagens através daquele universo mítico na direção do que, em verdade, eu já era, e de tudo o que me define ainda hoje no prazeroso Caminho do autoconhecimento.

 

O Luke Skywalker / Leia, - não por coincidência gêmeos, o entendimento da razão é claro no fim da saga! - eram, então, uma espécie de alter-ego meu. Provável analogia indireta do Casamento Místico, em direção ao qual todos nos encaminhamos inevitavelmente, mesmo que durante longo tempo de forma inconsciente.

 

E todo o universo Star Wars é uma corroboração mágica, colorida, feérica do que nós, e todas as civilizações universo afora, vivenciam espiritualmente no infinito caminho de despertamento - até àquele patamar de unificação consciente com o Todo, com a Força... desempenhada de modo magistral, emocionante por Mark Hamill vestido no seu Luke Skywalker, no instante da despedida do personagem, sob um majestoso por do sol em "Os Últimos Jedi".

 

Luke ainda é o meu preferido no panteão da Força. Talvez porque eu gostaria que a minha despedida deste mundo, um dia, seja também permitida assim:

"sem tristeza; com propósito." - como bem comentou a Rey para a Princesa Léia.

 

Então, pais e mães de filhos aficionados das sagas atuais, ao verem os adolescentes engajados nos seus ícones da hora, evitem saltar em cima impensadamente, naquela reatividade improdutiva diante de tudo que assusta por ser novo!

 

A Saga Star Wars não era uma "bobagem, cheia de ação e sem conteúdo", como tive que ouvir algumas vezes de alguns adultos naqueles verdes anos...

 

Não se tratava só de um americaninho louro de olhos azuis - decerto lindo para as milhares de adolescentes suspirantes daqueles tempos. Mas nem todas pararam neste átrio superficial do universo da Força.

 

Algumas entraram de cabeça, porque já vinham de lá - e a isca do jovem Skywalker foi só o puxão. O convite irresistível!

 

Hoje, Carrie Fischer, a nossa eterna Princesa Leia, já se uniu precocemente à Força. Mark Hamill, sexagenário, volta e meia aparece nas notícias midiáticas com o seu carisma todo próprio de libriano.

 

E eu, nos meus cinquenta e oito, sigo, inabalável, fã da Saga nos caminhos Jedi - arquetípicos ou veridicos, estes nem sempre ostensivos... Precaução. Vai que ainda alguém ache de dizer que as mais perfeitas engrenagens da Criação não passam de ilusão psicológica, de fatamorgana, de fuga de uma visão míope da existência que, para muitos, ainda começa lá e termina ali, sem nenhum propósito no, e fora do planeta Terra!

 

"Eu sou uma com a Força, a Força é Uma comigo"

 

Gratidão eterna a George Lucas e a todos os participantes perenes do seu universo galáctico!

Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 26/03/2023
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras