Zênith

"Estar no mundo sem ser do mundo"

Textos


A EXISTÊNCIA DE DUENDES E DOS ELEMENTAIS 

Quando todo mundo esculhambou com aquele filme da Xuxa, "Xuxa e os Duendes, eu não esculhambei, embora nunca tenha sido, na infância ou adolescência, fã ou adepta do fenômeno Xuxa.

Ao contrário, como estudiosa entusiasta desta vertente dos estudos teosóficos, e tendo na época dois filhos pequenos, pensei: vamos ver de que forma o cinema brasileiro está tratando um assunto que, mais do que encantar as crianças com o apelo de consumo da hora, mereceria reflexão mais acentuada, por se tratar de um dos mais fascinantes mistérios da existência!

E vi o filme, e, para a minha mesma surpresa, saí encantada - não apenas com a mensagem supostamente ingênua envolvendo a agora atualíssima guerra pela conservação do meio ambiente, mas sobretudo com a sensibilidade esmerada com que a produção abordou a candura, o lado mágico e encantador de fato pertinente a este especialíssimo tronco evolutivo da banda invisível da vida planetária!

O médium, como bem definiu um escritor e colunista de artigos correlatos num dos sites para os quais escrevo, é uma antena viva para a captação de todo o tipo de energias circundantes nas faixas astrais e etéricas, e disso deveria cedo se coscientizar, para que não se surpreendesse, ao descobrir-se sensível, de acréscimo, a estas outras formas peculiares de vida nas dimensões invisíveis, com todo o cortejo de manifestações visíveis a isso vinculado, sem começar a passar por, ou a se achar desajustado emocional. Porque não há como a sensibilidade espiritual exacerbada tornar-se receptiva seletivamente ao ponto do impedimento perceptivo destas faixas paralelas de vida - quando muito, afina-se, por exercício e identidade, a esferas e a famílias espirituais específicas, acessando-as mais freqüente e diretamente do que o faz com as demais e infinitas diversidades de seres e de mundos, invisíveis ou não.

Assim, sempre me caracterizou esta estranha e acentuada sensibilidade, propiciadora de que eu perceba e sinta o reino dévico e elemental com grande clareza - principalmente em momentos de grande comunhão com a faixa pura da manifestação criativa divina: quando em lugares paradisíacos como as praias de João Pessoa, na Paraíba; de Natal, no Rio Grande do Norte; nas montanhas magníficas de Campos de Jordão, ou em Fernando de Noronha, como há pouco pude mencionar, noutro artigo recente.

Foi por isso, também, que nunca me surpreenderam totalmente acontecimentos bizarros no dia-a-dia que, por outros, são tomados como coisas inexplicáveis ou absurdas, ou até mesmo - numa forçação de barra - como coincidências. Em sabendo da forma como eventuais duendes ou elementais se comportam quando estão presentes no recinto doméstico - escondendo objetos, por desmaterialização, que pouco depois aparecem bem debaixo do nosso nariz, e bem naquela gaveta que você virou pelo avêsso umas trinta vezes; ou conservando estranhamente frutas que, pelo tempo que estiveram fora da refrigeração, de há muito já deveriam estar estragadas - não me espanto mais dessas coisas, e nem de outras tantas. Como aconteceu em certa ocasião em que um objeto decorativo espatifou-se em uns cinco ou seis pedaços na minha sala e, após encontrá-los todos para tentar restaurá-los, um apenas restou desaparecido, como se tivesse sido pulverizado; e, após revirar tudo em busca do mesmo, mais de uma hora depois fomos encontrá-lo...na beirada da mesa da cozinha, distante uma enormidade do espaço da sala, de maneira que jamais aquele pequeno pedaço poderia ter se teletransportado pela casa adentro até, afinal, repousar ali...

Quando visito, por exemplo, as majestosas serras de Petrópolis, torna-se quase visível a gigantesca presença dévica vitalizando, zelando e governando a enorme cadeia de vida daquelas elevações magníficas. Quase que se pode vislumbrar a serenidade soberana do grande ser que, lá de cima, alça as vistas poderosas e magnânimas sobre todo o ecossistema esfervilhante num raio de dezenas de quilômetros em torno, inclusive sobre nós.

E nas tempestades furiosas e nas ventanias, há toda uma fluidez quase brincalhona com que os ágeis seres responsáveis pelos grandes movimentos dos ventos e das correntes de ar (silfos) obedecem aos comandos superiores, esvoaçando em vertiginosa velocidade e investindo, em sarabanda louca, do nível das nuvens tempestuosas até o rés das cidades, em desencadeando os elementos caóticos purificadores da atmosfera saturada de eletricidade. Como também, diante dos mares e dos oceanos abismais, é nítida a presença dos seres alegres e quase pueris, responsáveis pelo remelexo das ondas no quebra-mar e nas areias úmidas onde as crianças se agitam (ondinas, ou bebês d'água), bem como a dos seres solenes e imensos que oscilam em alto mar, envolvendo com seus eflúvios toda a gama consciencial da fauna enraízada naqueles setores profundos da vida marinha...

Alguém, já há tempos, me segredara a verdade maior: há certezas que não se transmitem. Impossível; são intransferíveis, e só se impõe por intermédio da vivência e da constatação. Então, meus queridos, retornando ao início deste breve texto, eis a razão pela qual - para a estupefação de muitos! - adorei a mensagem de Xuxa e os Duendes, e a forma como eles a ilustraram, com toda aquela bela e colorida magia, encantadora aos olhos das crianças de nossos tempos, necessitadas, mais do que em qualquer outra época, de que alguma mensagem de valor cale fundo e lhes assopre assegurando que, diante dos recursos magnificentes do universo, nem tudo está perdido nessa nossa era de poluição, decrepitude ambiental e de inconsciência - porque há, efetivamente, poderosas ramificações outras na vida universal que, prescindindo de nossa crença ou descrença, trabalham séria, incessante e ativamente pela conservação das belezas naturais do nosso mundo. E - detalhe digno de nota! - com a abnegação incansável, com a alegria, o desapego, a entrega e a exaltação despojados com que elas mesmas, as crianças, costumam encarar cada momento de suas vidas!

Com amor,

Lucilla
Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 11/01/2007
Alterado em 18/01/2007
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