Zênith

"Estar no mundo sem ser do mundo"

Textos


A INUTILIDADE DAS POLÊMICAS UFOLÓGICAS

Feriado de Carnaval e, avessa às manifestações de Momo, cá me acho ante o televisor ligado, transmitindo em canal por assinatura mais um dos incontáveis documentários sobre o Caso Rosswell.

Contraditas. Discordâncias. Provas inconclusivas...

Décadas depois do fato, apenas especulação pura!

Falo do ponto de vista do ser humano alheio ao local e à época desses acontecimentos, e me baseando apenas no que assisti num sem números de vezes em documentários, sem utilidade maior que o plantio de mais dúvidas. De sorte que em ufologia, amigos, aprendi a me apegar ao que me demonstram as vivências pessoais. Por acaso, ou em virtude de razões que me escapam, elas existem. Já visualisei objetos não identificados flagrantes, de dia, nos céus límpidos por sobre a minha residência na Tijuca, no Rio de Janeiro: três bumerangues, que repetiram suas aparições com intervalos que variaram de meses a um ano - dentre outros avistamentos eventuais que ocorreram em formas e ocasiões diferentes. Eis, aí, o meu legado, derivado de percepção direta, e a partir do qual extraio minhas conclusões. Assim como acontece com minhas experiências mediúnicas que sedimentaram e deram sentido a tudo o que postulo em meus artigos, livros e ideologia de vida pautada sobre a certeza da continuidade da vida para além da materialidade, e em muitos outros mundos e dimensões.

Afirmo, pois, baseada em fatos! Não em Rosswell, cujos acontecimentos bem podem ter ocorrido; mas, em igual proporção, talvez não! Porque em relação a isso e a outros casos clássicos da ufologia, ao indivíduo médio, não há como se adquirir certezas. Não há como! Não em relação a estes acontecimentos do passado, salvo rara eventualidade fortuita, e ainda que da parte do estudioso de ufologia mais arraigado.

Reflitamos sobre a questão, e descobriremos que, neste universo de muita polêmica e debates que já se arrastam de há décadas, dentre acobertamentos, fotos e filmagens fraudulentas ou não, conferências e depoimentos genuínos, ou nem tanto - no meio desta densa cortina de fumaça, meus amigos, se bem refletirmos, o que sempre contará como de maior peso à convicção individual acerca dos pormenores relacionados ao assunto será justo a vivência pessoal e intransferível.

Há certas certezas que não se transmitem. Como já declarava Roland Barthes, nenhum discurso é ingênuo. Por mais elaborados sejam, portanto, os discursos, raciocínios, supostas provas e elementos que se apresentem para se validar fatos já acontecidos no território da ufologia, sempre haverá a contradita, mal intencionada ou não. E, neste contexto, se você conta com o pilar bem fundamentado da experiência própria, mandará ao inferno quaisquer contraditas que se apresentem. Porque você terá, visto! Vivido! E, contra a consistência de tais dados, nada, nem ninguém poderá!

Partindo desta premissa, e em se considerando o modo como os testemunhos e relatos de contatos pontilham os países ao redor do mundo, há algo que se evidencia, gritante: os visitantes de fora de nosso planeta de fato existem, e se revelam a cada instante ao longo do tempo - e me refiro aqui aos reais, e não aos "genéricos", frutos da engenharia reversa já altamente desenvolvida em países do chamado primeiro mundo. E depararão cada um destinado a se inteirar disso por iniciativa exclusiva deles - dos visitantes! Independente de qualquer acobertamento, manobra política de algum suposto governo oculto, ou dos infindáveis embates entre céticos e ufólogos ortodoxos.

Já tive oportunidade de mencionar isto em outros artigos meus sobre o assunto. O modo como aquele bumerangue me apareceu nos céus de uma manhã ensolarada há alguns anos, diga-se de passagem, só veio retificar esta certeza: surgindo a grande distância, parado imóvel, até que eu o enquadrasse nos binóculos, para ao fim de talvez um minuto ou pouco mais simplesmente se dissolver do meu campo de visão - como se houvesse posado exclusivamente para o meu testemunho, e depois se esvanecesse. Justo em ocasião em que me sintonizava fortemente com o tema, publicando artigos a respeito em revistas impressas ou virtuais, e me filiando ao CBPDV, o maior centro de pesquisas ufológicas do mundo.

A constatação que se evidenciou, pois, com o passar dos anos, é a de que a nossa sintonia íntima abre, de uma forma qualquer ainda ininteligível pela nossa mensuração científica, a nossa percepção para o fenômeno. E, sinceramente, não creio que a nossa engenharia reversa tenha ainda atingido o grau de invadir ou sintonizar os pensamentos de quem quer que seja satisfatoriamente ao redor do planeta, para, no momento aprazado, remeter como relâmpago um objeto em forma de bumerangue invisível ao espaço aéreo do Brasil com a finalidade de materializá-lo, única e exclusivamente, diante da minha visão, a fim de me pregar uma peça - a mim, mera escritora e pesquisadora brasileira a mais, perdida dentre a imensidão de seres espalhados sobre o mundo!

Não. Tal conjectura, de tão burlesca, sequer merece qualquer pensamento sério! E é desta forma que mensuro qual tipo de aparição merece ou não ser qualificada como um UFO.

Enquanto isso, a ufologia ainda encontra percalços sérios para se impor como estudo merecedor de credibilidade ante a massa ignara. A mídia, bem como os poderes estabelecidos, contribuem para isso, na medida em que não dão ao caso a seriedade que de há muito se faz merecedora. Assim, permanecemos, em pleno século XXI, em anacrônico estacato mental em relação a esse importante fenômeno. Com todo um Universo portentoso sobre nossas cabeças, por incrível que nos possa parecer, muitos ainda consideram todo este colosso brilhante como mera perda de tempo e de espaço, criado exclusivamente, talvez, para o deleite de nossa contemplação noturna. Ou - pior! - completamente isento do dom da Vida. Apenas presente, sem maior finalidade útil!

Recordo-me do universo restrito do qual pude participar ano passado durante uma conferência do ufólogo Marco Petit, no IBAM. Evento lotado. E - notem - não de néscios, inconsequentes ou indivíduos despojados dos característicos do espírito e inteligência privilegiados. Não! Viam-se senhores e senhoras bem postos, dotados do dom do questionamento e da reflexão isenta. Pude presenciar relatos vários, interessantíssimos dos participantes das vigílias periódicas. Um deles, que me impressionou bastante, dizia respeito a um avistamento impressionante acontecido aqui mesmo no Brasil, durante o qual a senhora em questão testemunhou nada menos que um UFO se esgueirando, insolitamente, para dentro de um rochedo!

De modo algum se tratavam de pessoas que ali se achavam por falta de algo melhor para fazer. Eram, de fato, estudiosos empenhados, que em maioria compareciam com seus próprios casos de contato, para contar e debater, enriquecendo o evento.

Todavia, e infelizmente, presenciava-se, como dito, um universo por demais restrito para o que a importância do assunto requisitaria, visando uma efetiva ampliação de visão da humanidade para a verdade inconteste da vida noutros mundos e dimensões do espaço infinito.

E esta verdade, amigos, haverá de nos vir em caráter definitivo in loco - nunca através de polêmicas estéreis acerca de Rosswell!

Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 05/03/2011
Alterado em 05/03/2011
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